sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sir Arthur Conan Doyle: Vida e Obra

Para começar, peço desculpas; prometi uma semana recheada de Sherlock Holmes e hoje já é sexta-feira.. Mas acredito que entenderão que esta semana estive ocupada: com a leitura de "O símbolo perdido" de Dan Brown (que já finalizei); "Nudez Mortal" de Nora Roberts; retomei a leitura de "As crônicas de Nárnia: O menino e seu cavalo" e, para finalizar estava colocando em dia a releitura de "A abadia de Northanger" de Jane Austen para o Clube do Livro que estou participando. Além dos livros, comprei alguns filmes e passei a semana assistindo. Ufaaaa! rs. Estou aproveitando, pois as férias estão acabando...
Hoje postarei um pouco sobre a história de Sir Arthur Conan Doyle e sua mais famosa criação: Sherlock Holmes!

SIR ARTHUR CONAN DOYLE
Arthur Ignatius Conan Doyle nasceu em Picardy Place, bairro de Edimburgo, capital da Escócia, em 22 de maio de 1859, sendo batizado na igreja católica, religião de seus pais.
Dos sete aos nove anos ACD freqüenta a escola em Edimburgo; aos dez anos é enviado para Hodder, instituição preparatória para Stonyhurst, onde o currículo geral constava de sete matérias - fundamentos, números, rudimentos, gramática, sintaxe, poesia e retórica- cada uma exigindo um ano, de modo que foram sete anos na instituição jesuíta Stonyhurst, lá percebe a "existência de uma veia literária que não compartilhava com os demais", tanto que em seu último ano foi redator da revista da escola, escrevendo "uma quantidade razoável de poemas medíocres".
Em outubro de 1876 ingressa na Universidade de Edimburgo e de lá sai, em agosto de 1881, como bacharel em medicina. Seu período na Universidade, apesar da "longa e tediosa rotina de botânica, química, anatomia, fisiologia e uma série de matérias obrigatórias, muitas das quais mantém uma relação muito distante com a arte da cura", lhe rendeu pontos decisivos para sua futura carreira literária.
"Após um inverno cursando a Universidade, meu seguinte cargo como assistente rendeu-me dinheiro de verdade, chegando a 2 libras por mês". ACD trabalhava agora com o dr. Hoare, um conhecido médico de Birmingham, aviando receitas e também fazendo sua própria ronda junto aos mais pobres e convalescentes. No seu segundo estágio junto ao dr. Hoare, como os conhecimentos médicos de ACD haviam se ampliado, fez alguns partos e tratou de casos mais graves de clínica geral, além de aviar receitas. Foi por essa época que, devido ao comentário de um amigo, afirmando suas cartas serem "muito vívidas" e que certamente poderia vender alguns escritos, ACD descobre que poderia garantir alguns shillings a mais com a literatura.
Em 1885, ao tratar de um doente de meningite cerebral, vem a conhecer a irmã desse paciente, Louise Hawkins, casando-se com ela em 6 de agosto de 1885.
No período anterior ao casamento ACD continuava escrevendo alguns contos afim de aumentar sua renda, publicando alguns na London Society, All the Year Round, Temple Bar, The Boy's Own Paper e outras. "Com o casamento, porém, meu intelecto pareceu se aguçar, e tanto a minha imaginação quanto meus meios de expressão se ampliaram muito. a maioria dos contos que acabaram sendo publicados em O Capitão da Estrela do Norte (Captain of the Polestar) foram escritos naqueles anos, entre 1885 e 1890". A Declaração de Habakuk Jephson (Habakuk Japhson's Statement) é publicado na Cornhill -respeitável e influente revista que, entre suas páginas, já haviam figurado autores como Thackeray e R. L. Stevenson- de forma anônima, de acordo com a regra da revista, rendendo ao autor um cheque de 30 libras. A excelente recepção da crítica faz ACD publicar mais dois contos na Cornhill (também anonimamente): O Hiato de John Huxford (John Huxford's Hiatus) e O Anel de Toth (The Ring of Toth) e na escocesa Blackwood era publicado A Mulher do Fisiologista (The Physiologist's Wife), "escrito enquanto eu sofria influência de Henry James".

A conquista de espaço próprio vinha sendo conquistada paulatinamente e "eu agora sentia que era capaz de coisa mais original, mais interessante e mais profissional. Gabouriau me agradara bastante com o encadeamento bem urdido de suas tramas, e o detetive de Poe, A. Dupin, fora um dos heróis de minha infância. Mas seria eu capaz de acrescentar algo de meu? Pensei no meu velho professor, Joe Bell, no seu rosto aquilino, seus modos esquisitos, seu talento impressionante para perceber detalhes. Fosse ele um detetive, decerto que transformaria essa atividade fascinante mas desorganizada em algo mais próximo a uma ciência exata. Eu tentaria obter esse efeito, se pudesse. Se era certamente possível na vida real, como não seria plausível na ficção? É muito fácil dizer que um homem é inteligente, mas o leitor deseja ver exemplos dessa inteligência - exemplos como os que Bell nos dava todos os dias, no ambulatório. A idéia me atraía. Que nome dar ao personagem? Ainda possuo a folha de caderno onde anotei várias alternativas. Rebelei-me contra o artifício de colocar nos nomes insinuações sobre o caráter, com personagens chamados Sharp (Agudo) ou Ferret (Furão). Primeiro, foi Sherringford Holmes; depois Sherlock Holmes. Ele não poderia contar as próprias proezas, de forma que era preciso dar-lhe um companheiro banal - um homem culto e ativo, capaz tanto de acompanhá-lo em suas aventuras, quanto narrá-las. Um nome simples e banal para esse homem modesto. Watson serviria. Foi assim que surgiram os meus fantoches e escrevi Um Estudo em Vermelho (A Study in Scarlet)". ACD tinha então 28 anos e foi assim que surgiu aquela que, provavelmente, seja a mais conhecida personagem da literatura mundial - bem como o coadjuvante literário mais conhecido também, o amigo e auxiliar Dr. Watson, que serve de confidente a quem o protagonista se revela em conversas.
Um bom número de revistas mensais circulava em Londres por essa época, entre as quais se destacava a The Strand, dirigida por Greenhough Smith. "Examinando aqueles diversos periódicos, com suas histórias desconexas, ocorreu-me que um folhetim centrado num mesmo personagem poderia prender o leitor à revista - desde que prendesse antes a sua atenção". Nascia aqui a parceria entre ACD e a The Strand, onde a imensa maioria dos contos sobre Sherlock Holmes vieram a ser originalmente publicados.
Entretanto, outros projetos ocupavam a mente de ACD. "Finalmente, após ter escrito duas séries, percebi que corria o risco de forçar a mão e ser para sempre identificado com algo que a meu ver representava o nível mais baixo da criação literária. Conseqüentemente, como prova da minha determinação, resolvi pôr fim à vida de meu herói. A idéia já me ocorrera durante umas curtas férias na Suíça, quando conheci as maravilhosas cataratas de Reichenbach, um lugar terrível, e que se me afigurou um túmulo digno do pobre Sherlock, ainda que com ele eu enterrasse a minha conta bancária. Portanto, foi onde o atirei, firmemente decidida a deixá-lo lá - como de fato o deixei, durante alguns anos. Fiquei atônito com o desgosto que os leitores manifestaram. Dizem que os homens só são devidamente apreciados depois da morte, e o alardio geral contra a execução sumária de Holmes me ensinou quantos e quão delicados eram os meus amigos. "Seu bruto!" começava a carta de censura que me enviou um senhora, e creio que ela não falava apenas em seu nome. Soube que muitos choraram. Lamento dizer que pessoalmente mostrei-me totalmente insensível e até satisfeito com a oportunidade de investigar novos campos da imaginação, pois a tentação de pagamentos elevados vinha tornando difícil deixar Holmes de lado".
Em 1893, The Strand publica O Problema Final onde, numa luta, Sherlock Holmes e seu maior antagonista, o professor Moriarty, despencam nas cataratas de Reichenbach. Durante dez anos Holmes permaneceu morto até que, em outubro de 1903, surge a aventura d'A Casa Vazia, onde o detetive reaparece, revelando que não caíra no precipício, mas conseguira escalar o outro lado do paredão.

Apesar da hostilidade do criador pela criatura, Holmes tornava-se sempre mais popular, em livros, adaptações para o teatro e, mais tarde, para o cinema. Existem espalhados pelo mundo diversos clubes com o nome Sherlock Holmes e os correios londrinos recebem até hoje cartas endereçadas a 221-B Baker Street - endereço do escritório do detetive - e dirigidas a Sherlock Holmes, tamanho o poder de convencimento do escritor.
Embora a literatura já ocupasse ACD integralmente, foi voluntário para a Guerra do Bôeres (guerra entre os bôeres, colonizadores de origem holandesa da África do Sul, e os ingleses que desejavam apossar-se da região, onde haviam sido descobertos diamantes e ouro. A luta se estendeu de 1899 a 1902, quando, vencidos, os bôeres assinaram a paz de Vereeniging), onde exerceu sua profissão no hospital de Langman Field.
Em seus últimos anos, converteu-se ao espiritismo, a cuja causa se entregaria até o fim da vida. Conan Doyle morreu em 1930, aos 71 anos, em Cowborough, Grã-Bretanha.
 
(adaptação - crédito: MUNDO ELEMENTAR)

CÂNONE SHERLOCKIANO

É chamado de Cânone sherlockiano o conjunto de todas as obras de Sherlock Holmes publicadas por Sir Arthur Conan Doyle; ou seja, os quatro romances e as cinqüenta e seis historietas.
Confira todos eles no site: http://www.sherlockholmes.com.br/canone.htm . Com todos os textos online!
Também recomendo o site MUNDO ELEMENTAR para quem quiser se aprofundar no universo Sherlockiano, além de todas as obras, contém diversas curiosidades, artigos e muito mais. Confira!

3 comentários:

  1. Fiquei deliciada com o seu blogue. Vou colocá-lo nos meus links. Obrigada pela visita ao Jane Austen Portugal conto com a sua visita, e pode contar com a minha também!

    Tenho um blogue dedicado aos livros que leio, www.queirosiana.blogs.sapo.pt

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  2. Oi, Dani.

    Amei o post sobre Sherlock Holmes. Confesso que depois que vi o filme fui fisgada por ele e quero ler os livros e contos. Não vim responder antes, pois estava sem tempo para ler com calma o post.

    Bjjs!

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  3. Olá! Adooooooro Sherlock, sou super fã e fiz umas brincadeiras com ele no meu blog, se quiser dar uma olhada! ;)
    parabéns pelo blog!

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